Breve história sobre VIH e SIDA
Foi na cidade Norte Americana de Los Angeles e Nova Iorque onde a Síndrome da Imunodeficiência Humana (SIDA) começou a ser falada oficialmente pela primeira vez. Isso aconteceu em 1981, quando casos de doenças raras começaram a se tornar frequentes em cenários clínicos. Eram indivíduos de sexo masculino homossexuais (homens que fazem sexo com homens) que apareceram com enfermidades caracterizadas pela falta de defesas naturais contra infeções. Essas enfermidades, como o caso da pneumonia a Pneumocystis jirovecii, que é causada por um fungo que naturalmente não causa doença, entre outros agentes inofensivos de doenças e tumores raros, começaram e se tornar frequentes. Foi daí que se começou a usar o termo “Síndrome de Imunodeficiência Adquirida” ou simplesmente a SIDA. Mas 1981 foi a data em que se começou a falar seriamente disso. Não foi a data que tudo isso começou.
Provavelmente, foi no fim do Séc. XI, início do Séc. XX que, de acordo com as análises de filogenética molecular de espécies genómicas de VIH, este vírus começou a circular na espécie humana.
Símios nas regiões central e ocidental da África
Existem dois tipos de HIV: HIV1 e HIV2. Eles vivem naturalmente em chimpanzés, gorilas e outros símios nas regiões central e ocidental da África, e também causam SIDA em caso de transmissão acidental entre espécies diferentes. É o caso do Vírus de imunodeficiência Símia (SIV) que abita naturalmente no macaco verde africano, muito semelhante ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) que habita em humanos. O SIV pode causar imunodeficiência em gorilas e chimpanzés.
A presença natural do HIV1 e HIV2 em alguns desses animais e a existência de variantes especificas de VIH prevalentes em algumas populações africanas como no caso grupo O do HIV1 que afeta milhares de camaroneses, traçam a origem do HIV como tendo começado na república do Congo ou Camarões.
HIV1 e HIV2 vivem naturalmente em Chimpanzés, macacos, gorilas, entre outros símios nas florestas do Congo Democrático, Camarões, Guine Equatorial, Senegal, Gabão, Serra Leo, Costa do Marfim, República Centro Africana, e outras regiões do centro ocidental africano e enclave de Cabinda.
Transferência do HIV para os humanos
Provavelmente, a relação entre os seres humanos e esses animais através da obtenção de sua carne para alimentação e convivência de perto, resultou na transferência do HIV para os humanos. Depois de uma serie de adaptações genéticas, este vírus foi se adaptando aos seres humanos a medida que foi passando de pessoa para pessoa.
Assim, com os projetos colonialistas de busca e expansão de seus impérios em África que levaram a urbanização e mudanças sociais, ficou criado um mecanismo de disseminação do VIH para outras localidades de África e do mundo. O deslocamento de pessoas de suas habitações originais para outras regiões, a necessidade de forças de trabalho para plantações e construções, o começo das relações sexuais ocasionais, a prática da prostituição, programas de vacinações na África, as viagens intercontinentais, etc., funcionaram como cartões de visita do HIV e da SIDA.